Hoje, meus amigos, eu vi a poesia travestida de arco-íris...
Hoje não vou falar de SUOR e POESIA, vou falar de CORES e POESIA... O suor costumeiro, que mina de nossos poros efervescentes durante as corridas, hoje se metamorfoseou, ganhou tonalidades vivas... Hoje não vou falar de endorfina que toma conta do nosso organismo após alguns minutos de corrida, vou falar da adrenalina de se vivenciar um momento alegre como o da Corrida das Cores... Não, não vou falar da passada ritmada dos corredores; vou falar do descompasso proposital, para uma foto, um encontro, um banho de tinta.. Não vou falar de pódios, mas de confraternização...
Hoje eu vi uma multidão diferente, ansiosa pela novidade que estava por vir... Uma multidão-criança travestida de cores, respirando alegria... Uma multidão-família, com pais e filhos compartilhando a mesma euforia... Uma multidão-corredores capixabas, repleta de gente do bem... Gente que se reúne não só para treinar, mas para recolher mantimentos, para doar os rabinhos dos cabelos para uma campanha... Gente que se doa de corpo e alma ao que faz...
E foi assim, de corpo e alma, que nos preparamos para a corrida. Fizemos roupas, fizeram roupa para a gente, compramos assessórios, ganhamos assessórios, marcamos o encontro e... O encontro foi lindo!!! Estampava-se no rosto de cada um e de cada uma a satisfação de o dia tão esperado ter chegado... Haja foto para tentar captar toda essa satisfação!!! Mas as máquinas registram momentos que se congelam, e satisfação é algo errante, vai caminhando de uma pessoa para outra, contagindo o ambiente, lastrando-se como uma labareda de fogo alimentada pelo vento... Quem está de longe, observando, tem noção do que acontece onde a efervescência ocorre; mas sentir mesmo, experimentar na pele e na alma, só quem está ali no centro vivenciando... Só quem se entrega de verdade ao momento... Quem vê as fotos imagina o quanto deve ter sido divetido tudo aquilo, mas saber mesmo o quanto foi divertido e verdadeiro, só quem sentiu na pele e no coração cada segundo que durou o evento...
E foi dada a largada para a alegria... E não havia ali a menor necessidade nem vontade de sair como louca, desenfreada, pensando em tempo, em quilometragem, como faz a corredora inveterada que se esconde em mim... Ali estava muito mais a menina, a mulher, a escritora: vivendo e sentindo
cada momento, podendo tirar algumas fotos dos amigos; podendo, de verdade, ir registrando na mente e no coração a alegria múltipla que se instaurava pelas ruas da cidade... E ali não havia quem fosse corredor amador, quem fosse atleta profissional, quem fosse maratonista ou quem estivesse correndo pela primeira vez... Éramos todos iguais, em busca de diversão...
E os quilômetros foram sendo percorridos na expectatitva da cor que estava por vir.... Fechamos o 1 km com a cor azul... Azul do céu quando está feliz; azul do mar refletindo o céu feliz... Seguimos, pintados, rindo à toa, brindando à vida... E no 2 km, chega a vez do amarelo... Cor vibrante, dos raios de sol que faltaram no céu, mas sobraram entre nós... Iluminávamos-nos cada vez mais diante da euforia que vivíamos... Amarelo-ouro, símbolo de riqueza que, mesclado ao azul, fundindo-se com ele, deixava-nos esverdeados de esperança... Esperança de que a vida fosse assim em mais momentos: colorida, leve, repleta de risadas, de passadas descomprometidas... E fomos, azuis, amarelos, esverdeados, em busca do vermelho que avistamos ao longe... Vermelho, símbolo da vida, da força, de energia.. Energia que exala de nosso corpo, onde o sangue corre mais rápido do que as nossas passadas no asfalto colorido... E o banho avermelhado dá-nos uma tonalidade mais forte, mais viva para seguirmos em direção à proxima cor: rosa. Rosa menina, rosa criança, rosa encanto...
E assim, como um arco-íris ambulante, fechamos a corrida: cinco quilômetros de diversão total... E, a partir dali, o momento dos reencontros... Como loucos nos abraçávamos e nos entendíamos... Aliás só mesmo loucos que correm para entender outros loucos que correm... Ficamos ali, curtindo-nos mais um pouquinho, vendo chover tinta colorida, contribuindo com gotinhas de tinta para a chuva... Alguns dançavam, as crianças brincavam, os adultos tiravam fotos... E eu ali vendo tudo isso
acontecer e pensando: "Eis a POESIA viva diante de meus olhos".
Foi isto o que eu vi esta manhã: a poesia acontecendo na avenida, em cada rosto sorridente, em cada sainha de tule, em cada pacotinho de pó colorido, em cada flash, em cada abraço...
Hoje, meus amigos, eu vi a poesia travestida de arco-íris...
Mais uma vez, Lílian, muito feliz por você conseguir externar de forma tão brilhante, a alegria da Corrida das Cores. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Patrícia!!!
ExcluirÉ verdade Lilian... quem vê imagina, mas quem viveu sabe a dimensão do momento! Belas palavras, sempre. Parabéns!!
ResponderExcluirLilian você é show de bola, consegui me Emocionar fácil, fácil, Obrigada por nos representar tão bem nas Palavras.
ResponderExcluirQ lindo! Também me arrepiei ao ler o texto! Foi exatamente o que vivemos! Bjo e parabéns de novo!
ResponderExcluirEm cada corrida de lado, de frente, de costas....é isso a poesia das cores, da vida! cheio de vida o que escreves e cada vez mais com sentimentos!
ResponderExcluirOi Lilian,
ResponderExcluirmais uma vez passei por aqui e me deliciei com este arco-i´ris de alegria e poesia. Como sempre você arrasando nos percursos e nas palavras, parabéns. abraços
oi lilian, ótimo texto e realmente o saldo foi positivo! também fiz um relato (não tão poético... rs) no meu blog raileronline. aguardo sua visita por lá!
ResponderExcluirabraços,
railer