MINHAS PRÓXIMAS CORRIDAS

domingo, 21 de outubro de 2012

COM SABOR DE SUPERAÇÃO...

"Os números não mentem. 
Não há  espaço para a desonestidade na corrida, 
de distâncias a tempos. O que você doa de si é o que vai receber..."
A inspiração para a crônica de hoje veio de uma nova conquista: chegar ao pódio da minha faixa etária... Subir neste pódio e receber a medalha é o fruto da dedicação que eu doo a meus treinos. Cada pessoa corre com um objetivo: qualidade de vida, diversão, superação... E é baseado nesse objetivo que a gente vai traçando nossas metas... Talvez uma personalidade muito autoexigente faça de mim alguém que quer sempre se superar... Em tudo na vida... Se isso é bom ou perigoso é algo que eu tenho que ir administrando para eu não querer do meu corpo mais do que ele pode me oferecer.
A corrida é uma diversão para mim, corro por prazer... Treino com prazer, mas com dedicação também. E diante da disciplina, acabo me cobrando superações... Eu me dedico a tudo o que eu faço e gosto: trabalho, amores, amizades, e com a corrida não é  diferente... E os resultados são consequência dessa disciplina.
É com prazer que treinamos, sim, mas não podemos negar que exige de nós um esforço grande... Levantar cedinho, abrir mão de determinados excessos, cumprir planilhas... Encaixar os treinos em nossa rotina também é algo complicado, afinal, a corrida é nosso lazer, não nossa profissão... Treinar nas quintas-feiras, às 13h, não é por vontade minha, mas por necessidade... É uma realidade que eu tenho que encarar, ou deixar de treinar  uma vez na semana... Mas quando o treino começa e a endorfina dispara dentro de nós, esquecemos esses esforços e vamos em frente... O prazer toma conta...
Durante as corridas, quando bate o cansaço e aquela vontade de dar uma reduzida ou uma paradinha, eu costumo me lembrar de tudo o que eu fiz para estar ali... E isso vale para todas as corridas, independente da distância... Na maratona foi assim, quando, lá pelo quilômetro 37, bateu aquele cansaço, aquela dor nas pernas, a vontade de parar e a pergunta "o que eu vim fazer aqui?" começou a me assombrar... Mas então eu lembrava o que eu tinha ido fazer ali: tinha ido me superar, tinha ido me mostrar que, se nos prepararmos, condicionarmos o corpo, respeitando-o, o impossível fica tão distante... E em corridas como a de hoje às vezes bate aquela conversa íntima: "Puxa, você está se dedicando, treinando com disciplina, já superou tanta coisa..."
Lembro-me como se fosse hoje, de quando, ao fim da minha primeira meia maratona (17 de julho de 2011 - Golden Four - BH), faltando 1 quilômetro para cruzar a linha de chegada, cansada, emoção querendo sair com toda força do peito, minha playlist parece ter escolhido a música que eu ouviria: uma música que com frequência eu me lembro durante as corridas, durante aqueles momentos de cansaço...
"Eu não vim até aqui pra desistir agora [...]
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim..."
(Engenheiros do Hawaii - "Até o fim")
E eu tenho ido até o fim das corridas... Chego feliz ao final de todas... Independente do tempo... Costumo comentar em fotos das minhas medalhas: "mais uma para se somar às outras histórias e emoções". E, realmente, cada uma, uma história; cada uma, uma emoção diferente - ou várias emoções...  Olho para a parede, às vezes "viajo" nas medalhas ali expostas, relembrando as histórias encravadas nelas... Quantas histórias! Quantas pessoas especiais se camuflam ali! Batem saudades, a emoção aflora... Agora mesmo, escrevendo essas palavras, a emoção brota com força, dizendo para mim que as histórias se passaram sim, mas que bom que elas ficam na memória... E que mesmo que provoquem lágrimas, elas são responsáveis pela mulher que sou hoje, pela corredora que sou hoje, pela escritora que sou hoje... Que bom que elas fazem de mim uma mulher DE SUOR E POESIA...
Não vim até aqui / Pra desistir agora / Entendo você / Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez / Nas últimas 24 horas / Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora / Minhas raízes estão no ar / Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim / Eu vou até o fim / Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento / Se depender de mim / Eu vou até o fim
Eu não vim até aqui / Pra desistir agora / Entendo você
Se você quiser / Ir embora / Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas / A ilha não se curva
Noite adentro / Vida afora / Toda a vida
O dia inteiro / Não seria exagero / Se depender de mim
Eu vou até o fim / Cada célula / Todo fio de cabelo
Falando assim / Parece exagero / Mas se depender de mim
Eu vou até fim / Não vim até aqui pra desistir agora

10 comentários:

  1. Terminei a leitura com os olhos marejados... Sempre digo que comecei a correr para me superar. Parabéns pelo seu talento na pista e nas palavras... Beijos.

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  2. Nossaa irmãzinha quanta emoção!!!!....e obrigadaaaa por me incentivar a cada dia.
    Mais uma pra minha playlist...vc é demaisssss!!!

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    1. Rsrs... gostou da música? Ela não sai da minha playlist desde aquela Meia Maratona... Obrigada, irmãzinha!!! Bjs!!!

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  3. Texto lindo! Parabéns por essa conquista! Bjo!

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  4. Afilhda,
    Vc sempre emocinando com seus Lindos textos!
    Parabéns! Muito maravilhoso...beiju

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  5. É Lilian sempre me fazendo chorar né, Parabens!!

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    1. Sila, meu querido, é que suas emoções se identificam com as minhas... Que bom isso!!! Bjs!

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