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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MATÉRIA PUBLICADA NO SITE TERRA: "Professora cria paixão por esporte e perde 24kg correndo"



Professora cria paixão por esporte e perde 24kg correndo

16 de outubro de 2012 07h58
Mineira da cidade de Barroso, a professora Lílian Moreira, de 33 anos, começou a correr no início de 2010 para manter forma, depois de quase chegar à .... Foto: Bruno Fernandes/Terra
Mineira da cidade de Barroso, a professora Lílian Moreira, de 33 anos, começou a correr no início de 2010 para manter forma, depois de quase chegar à obesidade, e hoje diz não conseguir mais viver sem a prática
Foto: Bruno Fernandes/Terra
Os motivos que levam uma pessoa a praticar corrida podem ser os mais variados.  Mas a razão pela qual elas não conseguem mais deixar o esporte depois é uma só: paixão. Esse é caso da professora Lílian Moreira, de 33 anos. Mineira da cidade de Barroso, ela começou a prática no início de 2010, como exercício para manter forma. A professora conta que antes disso chegou a um estágio inicial de obesidade, pesando 86kg, com seu 1,64 m de altura, até que resolveu tomar uma atitude para mudar isso. "Me matriculei numa academia, comecei a mudar meus hábitos alimentares e aos poucos fui emagrecendo. Foi aí que uma amiga de academia me chamou para participar de uma corrida de 5km em Juiz de Fora (MG), onde eu morava na época. Nunca havia corrido na minha vida, mas resolvi aceitar a proposta. A corrida entrou na minha vida a partir daí. Era a motivação que faltava para ajudar a me manter em forma", conta.

A corrida em Juiz de Fora, marcada para julho de 2011, acabou não ocorrendo e a estreia de Lílian acabou acontecendo em agosto do mesmo ano, em Belo Horizonte, numa prova de 5km. O princípio, recorda ela, foi difícil como tudo que se faz pela primeira vez na vida. "Lembro do primeiro treino, quando intercalava quatro minutos de caminhada com um minuto de trote. Era difícil, doía tudo, faltava fôlego, mas era motivador. Costumo dizer que as pessoas precisam ser persistentes no início, para vencer o desconforto inicial, e ser pacientes, porque ninguém sai correndo 10km logo de cara. Se conseguirem deixar o prazer da corrida invadir, acabam fisgadas", afirma, dizendo que sua persistência foi motivada em primeiro lugar pelo objetivo de cumprir a prova, a seguir pela vontade de se manter em forma e depois pelo prazer que a prática lhe proporcionou.

Desde então, a professora confessa que acabou se viciando em correr e não parou mais. "Hoje, eu respiro corrida 24h por dia. Gosto de divulgar isso, mostrar como podemos mudar a vida com determinação e disciplina. Este ano realizei o maior sonho que tive até hoje, que era completar minha primeira maratona. Foi simplesmente indescritível", comenta Lílian, que encarou pela primeira vez os 42km em julho, na Maratona do Rio de Janeiro.

Ela ressalta que a corrida não só a ajudou a ficar em forma (hoje mantém seus 60 kg), mas também a adotar um estilo de vida mais saudável, tornar-se mais autoconfiante, conhecer novos lugares e pessoas e fazer novas amizades. Foi assim que resolveu criar um blog para contar suas experiências no esporte (http://desuorepoesia.blogspot.com.br) e unir as duas maiores paixões de sua vida, as letras e a corrida. "Eu tenho formação em letras, gosto de escrever e acabei criando o blog para poder falar das corridas de modo emotivo, literário. Meu grande sonho é ser reconhecida como escritora", conclui. Afinal, "não importa a distância, quantos metros ou mil metros cada um vai percorrer. Importa o que cada centímetro, o que cada passo, o que cada gota de suor significam para quem os está experimentando" (uma crônica de primavera...).

Roda Livre
Especial para o Terra
A professora chegou a pesar 86kg, com seu 1,64 m de altura, até que resolveu tomar uma atitude para mudar. Se matriculou em uma academia, mudou os hábitos alimentares e começou a correr   Foto: Arquivo pessoal/TerraLílian comenta que o começo foi difícil, mas persistiu, em primeiro lugar motivada pelo objetivo de correr uma prova de 5km, a seguir pela vontade de se manter em forma e depois pelo prazer que a prática lhe proporcionou  Foto: Bruno Fernandes/Terra
Em julho deste ano, ela realizou o maior sonho que teve até hoje, ao completar seus primeiros 42km na Maratona do Rio de Janeiro. Na foto, exibindo a medalha da conquista  Foto: Gleice Medeiros/TerraEla ressalta que a corrida não só a ajudou a ficar em forma, mas também a adotar um estilo de vida mais saudável, tornar-se mais autoconfiante e fazer novas amizades. Assim resolveu criar um blog para contar suas experiências e unir as duas maiores paixões de sua vida, as letras e a corrida  Foto: Bruno Fernandes/Terra

domingo, 21 de outubro de 2012

COM SABOR DE SUPERAÇÃO...

"Os números não mentem. 
Não há  espaço para a desonestidade na corrida, 
de distâncias a tempos. O que você doa de si é o que vai receber..."
A inspiração para a crônica de hoje veio de uma nova conquista: chegar ao pódio da minha faixa etária... Subir neste pódio e receber a medalha é o fruto da dedicação que eu doo a meus treinos. Cada pessoa corre com um objetivo: qualidade de vida, diversão, superação... E é baseado nesse objetivo que a gente vai traçando nossas metas... Talvez uma personalidade muito autoexigente faça de mim alguém que quer sempre se superar... Em tudo na vida... Se isso é bom ou perigoso é algo que eu tenho que ir administrando para eu não querer do meu corpo mais do que ele pode me oferecer.
A corrida é uma diversão para mim, corro por prazer... Treino com prazer, mas com dedicação também. E diante da disciplina, acabo me cobrando superações... Eu me dedico a tudo o que eu faço e gosto: trabalho, amores, amizades, e com a corrida não é  diferente... E os resultados são consequência dessa disciplina.
É com prazer que treinamos, sim, mas não podemos negar que exige de nós um esforço grande... Levantar cedinho, abrir mão de determinados excessos, cumprir planilhas... Encaixar os treinos em nossa rotina também é algo complicado, afinal, a corrida é nosso lazer, não nossa profissão... Treinar nas quintas-feiras, às 13h, não é por vontade minha, mas por necessidade... É uma realidade que eu tenho que encarar, ou deixar de treinar  uma vez na semana... Mas quando o treino começa e a endorfina dispara dentro de nós, esquecemos esses esforços e vamos em frente... O prazer toma conta...
Durante as corridas, quando bate o cansaço e aquela vontade de dar uma reduzida ou uma paradinha, eu costumo me lembrar de tudo o que eu fiz para estar ali... E isso vale para todas as corridas, independente da distância... Na maratona foi assim, quando, lá pelo quilômetro 37, bateu aquele cansaço, aquela dor nas pernas, a vontade de parar e a pergunta "o que eu vim fazer aqui?" começou a me assombrar... Mas então eu lembrava o que eu tinha ido fazer ali: tinha ido me superar, tinha ido me mostrar que, se nos prepararmos, condicionarmos o corpo, respeitando-o, o impossível fica tão distante... E em corridas como a de hoje às vezes bate aquela conversa íntima: "Puxa, você está se dedicando, treinando com disciplina, já superou tanta coisa..."
Lembro-me como se fosse hoje, de quando, ao fim da minha primeira meia maratona (17 de julho de 2011 - Golden Four - BH), faltando 1 quilômetro para cruzar a linha de chegada, cansada, emoção querendo sair com toda força do peito, minha playlist parece ter escolhido a música que eu ouviria: uma música que com frequência eu me lembro durante as corridas, durante aqueles momentos de cansaço...
"Eu não vim até aqui pra desistir agora [...]
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim..."
(Engenheiros do Hawaii - "Até o fim")
E eu tenho ido até o fim das corridas... Chego feliz ao final de todas... Independente do tempo... Costumo comentar em fotos das minhas medalhas: "mais uma para se somar às outras histórias e emoções". E, realmente, cada uma, uma história; cada uma, uma emoção diferente - ou várias emoções...  Olho para a parede, às vezes "viajo" nas medalhas ali expostas, relembrando as histórias encravadas nelas... Quantas histórias! Quantas pessoas especiais se camuflam ali! Batem saudades, a emoção aflora... Agora mesmo, escrevendo essas palavras, a emoção brota com força, dizendo para mim que as histórias se passaram sim, mas que bom que elas ficam na memória... E que mesmo que provoquem lágrimas, elas são responsáveis pela mulher que sou hoje, pela corredora que sou hoje, pela escritora que sou hoje... Que bom que elas fazem de mim uma mulher DE SUOR E POESIA...
Não vim até aqui / Pra desistir agora / Entendo você / Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez / Nas últimas 24 horas / Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora / Minhas raízes estão no ar / Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim / Eu vou até o fim / Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento / Se depender de mim / Eu vou até o fim
Eu não vim até aqui / Pra desistir agora / Entendo você
Se você quiser / Ir embora / Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas / A ilha não se curva
Noite adentro / Vida afora / Toda a vida
O dia inteiro / Não seria exagero / Se depender de mim
Eu vou até o fim / Cada célula / Todo fio de cabelo
Falando assim / Parece exagero / Mas se depender de mim
Eu vou até fim / Não vim até aqui pra desistir agora

domingo, 14 de outubro de 2012

UM ARCO-ÍRIS EM PLENA AVENIDA...



Hoje, meus amigos, eu vi a poesia travestida de arco-íris... 

Hoje não vou falar de SUOR e POESIA, vou falar de CORES e POESIA... O suor costumeiro, que mina de nossos poros efervescentes durante as corridas, hoje se metamorfoseou, ganhou tonalidades vivas... Hoje não vou falar de endorfina que toma conta do nosso organismo após alguns minutos de corrida, vou falar da adrenalina de se vivenciar um momento alegre como o da Corrida das Cores... Não, não vou falar da passada ritmada dos corredores; vou falar do descompasso proposital, para uma foto, um encontro, um banho de tinta.. Não vou falar de pódios, mas de confraternização...

Hoje eu vi uma multidão diferente, ansiosa pela  novidade que estava por vir... Uma multidão-criança travestida de cores, respirando alegria... Uma multidão-família, com pais e filhos compartilhando a mesma euforia... Uma multidão-corredores capixabas, repleta de gente do bem... Gente que se reúne não só para treinar, mas para recolher mantimentos, para doar os rabinhos dos cabelos para uma campanha... Gente que se doa de corpo e alma ao que faz...

E foi assim, de corpo e alma, que nos preparamos para a corrida. Fizemos roupas, fizeram roupa para a gente, compramos assessórios, ganhamos assessórios, marcamos o encontro e... O encontro foi lindo!!! Estampava-se no rosto de cada um e de cada uma a satisfação de o dia tão esperado ter chegado... Haja foto para tentar captar toda essa satisfação!!! Mas as máquinas registram momentos que se congelam, e satisfação é algo errante, vai caminhando de uma pessoa para outra, contagindo o ambiente, lastrando-se como uma labareda  de fogo alimentada pelo vento... Quem está de longe, observando, tem noção do que acontece onde a efervescência ocorre; mas sentir mesmo, experimentar na pele e na alma, só quem está ali no centro vivenciando... Só quem se entrega de verdade ao momento... Quem vê as fotos imagina o quanto deve ter sido divetido tudo aquilo, mas saber mesmo o quanto foi divertido e verdadeiro, só quem  sentiu na pele e no coração cada segundo que durou o evento...

E foi dada a largada para a alegria... E não havia ali a menor necessidade nem vontade de sair como louca, desenfreada, pensando em tempo, em quilometragem, como faz a corredora inveterada que se esconde em mim... Ali estava muito mais a menina, a mulher, a escritora: vivendo e sentindo
cada momento, podendo tirar algumas fotos dos amigos; podendo, de verdade, ir registrando na mente e no coração a alegria múltipla que se instaurava pelas ruas da cidade... E ali não havia quem fosse corredor amador, quem fosse atleta profissional, quem  fosse maratonista ou quem estivesse correndo pela primeira vez... Éramos todos iguais, em busca de diversão...

E os  quilômetros foram sendo percorridos na expectatitva da cor que estava por vir.... Fechamos o 1 km com a cor azul... Azul do céu quando está feliz; azul do mar refletindo o céu feliz... Seguimos, pintados, rindo à toa, brindando à vida... E no  2 km, chega a vez do amarelo... Cor vibrante, dos raios de sol que faltaram no céu, mas sobraram entre nós... Iluminávamos-nos cada vez mais diante da euforia que vivíamos... Amarelo-ouro, símbolo de riqueza que, mesclado ao azul, fundindo-se com ele, deixava-nos esverdeados de esperança... Esperança de  que a vida fosse assim em mais momentos: colorida, leve, repleta de risadas, de passadas descomprometidas... E fomos, azuis, amarelos, esverdeados,  em busca do vermelho que avistamos ao longe... Vermelho, símbolo da vida, da força, de energia.. Energia que exala de nosso corpo, onde o sangue corre mais rápido do que as nossas passadas no asfalto colorido... E o banho avermelhado dá-nos uma tonalidade mais forte, mais viva para seguirmos em direção à proxima cor: rosa. Rosa menina, rosa criança, rosa encanto...

E assim, como um arco-íris ambulante, fechamos a corrida: cinco quilômetros de  diversão total... E, a partir dali, o momento dos reencontros... Como loucos nos abraçávamos e nos entendíamos... Aliás só mesmo loucos que correm para entender outros loucos que correm... Ficamos ali, curtindo-nos mais um pouquinho, vendo chover tinta colorida, contribuindo com gotinhas de tinta para a chuva... Alguns dançavam, as crianças brincavam, os adultos tiravam fotos... E eu ali vendo tudo isso
acontecer e pensando: "Eis a POESIA viva diante de meus olhos".


Foi isto o que eu vi esta manhã: a poesia acontecendo na avenida, em cada rosto sorridente, em cada sainha de tule, em cada pacotinho de pó colorido, em cada flash, em cada abraço...

 
 
 



Hoje, meus amigos, eu vi a poesia travestida de arco-íris...