MINHAS PRÓXIMAS CORRIDAS

quinta-feira, 5 de junho de 2014

POR QUE CORRER UMA MARATONA?



    Por saúde? Não, o desgaste físico da preparação e da corrida em si extrapola muito o conceito de correr por saúde física.
    Por pódio? Pelo menos não para mim, pobre mortal das corridas...
    Por obrigação? De jeito nenhum!!!
    Então por quê?
    Porque eu quero!
    Porque um desafio como este me mantém VIVA, motivada! Preciso chegar a minha casa depois de um dia desgastante de trabalho e ter outras perspectivas além de dormir e simplesmente voltar para o trabalho no dia seguinte...
          Porque a sensação de atravessar a linha de chegada e dizer EU CONSEGUI é só minha e de mais ninguém!
        Porque a disciplina que a preparação exige de mim coloca-me à prova todos os dias... E com isso eu me sinto um pouquinho melhor comigo mesma a cada treino...
     Porque o turbilhão de emoções que esta experiência desperta é incomparável: ansiedade, insegurança, adrenalina (antes da prova); euforia e endorfina (nos quilômetros iniciais); às vezes até raiva (lá pelos 30 quilômetros e você se pergunta: “que DIABOS eu estou fazendo aqui??? “); além daquela determinação no final: “quer saber? É questão de honra terminar essa porcaria!!!”. É mesmo um caso de amor e ódio como muitos outros da vida...
       (Correndo a Maratona da Disney, ao lado de meu amigo Sérgio Gonçalves,  quando chegamos ao quilômetro final, foi  dando um nó na garganta e eu me concentrando nas passadas já doloridas; então ele disse algo como: “Tá difícil segurar...” Aquelas palavras foram suficientes para eu entender que eram as lágrimas da superação que já não cabiam mais no reservatório dos olhos... Naquele momento não precisava de mais nada para que nossa comunicação acontecesse perfeitamente. Ali, em silêncio de palavras, mas em conversa de passadas no asfalto e de batidas do coração, eu entendi tudinho o que ele dizia e, principalmente, sentia o que ele sentia...)
     Choro só de escrever essas palavras... Choro quando estou sozinha fazendo um longão... É o momento da minha catarse! É o momento da minha conversa comigo mesma, da minha discussão com minhas fraquezas e medos... Tenho que decidir o que eu quero; tenho que superar as barreiras que me são colocadas pelo corpo e pela mente... Tenho que ser cada vez mais inteira em momentos como este...
          A maratona me faz ser mais completa à medida que me faz ser mais forte, mais determinada. Drauzio Varela diz a respeito disso: 
"A maratona tem uma  ligação direta com a vida, com aqueles momentos em que você é obrigado a fazer um esforço para chegar ao fim. Ela dá essa resistência, de você saber que está difícil, mas que vai ter que conseguir de qualquer maneira. A vida é assim: você passa por fases duras, mas persiste porque sabe aonde quer chegar. A maratona também te dá uma sensação de que você pode. Quarenta e dois quilômetros? Quem pode correr isso, pode outras coisas também."
          É por isso tudo e muito mais (que eu não consigo expressar em palavras) que eu corro uma maratona. Jamais gravaria na minha pele algo que não fosse tão significativo; jamais tatuaria em mim algo que não fosse tão à flor da minha pele...




segunda-feira, 5 de maio de 2014

POIS QUE VENHA A MINHA TERCEIRA MARATONA!!!

"A maratona tem uma  ligação direta com a vida, com aqueles momentos em que você é obrigado a fazer um esforço para chegar ao fim. Ela dá essa resistência, de você saber que está difícil, mas que vai ter que conseguir de qualquer maneira. A vida é assim: você passa por fases duras, mas persiste porque sabe aonde quer chegar. A maratona também te dá uma sensação de que você pode. Quarenta e dois quilômetros? Quem pode correr isso, pode outras coisas também." (Dr. Drauzio Varela)

Faz tempo que eu não escrevo aqui no blog. Não posso dizer que foi por falta de motivação, porque as experiências que vivi na Disney, com o Desafio do Dunga, deveriam ter vindo parar aqui. Só que o tempo foi passando, passando e eu acabei não escrevendo sobre elas... Mas agora tenho uma nova motivação e um novo desafio que me fazem voltar a escrever: minha terceira maratona em vista - Maratona Caixa da Bahia (24//08).

Acabo de me inscrever e, de hoje a exatos 112 dias, pretendo fazer minha terceira maratona. E, para tanto, vou procurar me preparar da maneira mais consciente possível. Tenho a preocupação de estar bem para encarar os treinamentos: hoje mesmo fui colher sangue para exames e fui a uma consulta com uma nutricionista e, no ano passado, fui ao cardiologista. Sei que o esforço dos treinamentos não é pequeno e que me arriscar sem saber como está a saúde é perigoso. Temos visto mortes de corredores sendo anunciadas em maratonas, e ser displicente é minha última intenção.

Pois bem, é hora de focar no objetivo!
  • A meta é completar a maratona bem, sem sofrer demais. Não tenho pretensões de tempo (a Dona Fascite não me permite isso), quero ser capaz de suportar o calor de Salvador e sobreviver a algumas ladeiras que provavelmente serão inseridas no trajeto.
  • É hora de ter disciplina alimentar: perder alguns quilos desnecessários e estar bem nutrida, com músculos fortes para aguentar os treinos e me recuperar bem deles.
  • É hora de direcionar os treinos. O planejamento deixo para minhas treinadoras, mas a disciplina, a determinação e a meta são minhas. Sou eu que vou percorrer os 42 km, levando comigo todos os meus anseios e pensamentos... Sou eu que tenho que dosar meu ritmo, a fim de que o corpo não grite; mas ao mesmo tempo tenho que provocá-lo para que ele se torne mais resistente... E saber qual é a dose certa disso talvez seja a diferença entre completar uma maratona bem, sofrendo ou lesionado... (Sei muito bem o que é não conseguir chegar à maratona, lesionando-me durante a preparação...).
Maratona do Rio 2012

Quando escrevia aqui no blog sobre minha preparação para a primeira maratona (Maratona do Rio/2012), havia muita ansiedade, mas havia medo também. Insegurança por nunca ter encarado aquela distância correndo. Hoje não tenho mais medo de uma maratona, mas de forma alguma a desrespeito. Sei que se treinarmos é possível completar os 42,195 Km. Mas uma maratona nunca é igual a outra. A pessoa que vai correr sua segunda, terceira... enésima maratona não é a mesma que correu a anterior... É outro corpo que se prepara, mais experiente, mais desgastado, talvez um pouco limitado aqui ou ali... É um corpo que passou por muitas outras experiências e que agora dita um ritmo diferente (mais forte? mais fraco? não importa, mas com certeza, diferente)... É um outro treinamento. É uma outra corrida. É um outro objetivo.

"Então você está pensando em correr uma maratona, hein? Não bastam os seus problemas, os seus compromissos, o trabalho, a faculdade, a(o) namorada(o), os filhos, o síndico, o cachorro do vizinho, e você ainda quer correr uma maratona! Vai se esborrachar treinando durante meses, aguentar sol, chuva, vento, frio, calor, dor aqui, dor ali. Nenhum parente ou amigo vai levá-lo a sério, e alguns até ficarão ofendidos quando você recusar um convite porque tem que treinar. O médico vai reprová-lo -  por que você não faz caminhadas, que é muito mais seguro? ... blablablá, ou natação, que é muito mais completo? ... blablablá, blablablá. E quando você finalmente correr o raio da maratona, chegará horas depois do primeiro colocado, rezando para não escorregar naquele tapete de copinhos plásticos e sendo ignorado pelos gatos pingados que sobraram na plateia. Quer saber o que eu penso disso? Ótima ideia!!"*

Uma ótima ideia porque a maratona continua sendo, para mim, a Rainha das Corridas e  por ela eu mudo o que tiver que mudar. Eu me disciplino ainda mais. Pode ser que quando eu experimentar uma ultramaratona ela se torne minha rainha, mas agora é da maratona que eu sou súdita. Sei de tudo o que tenho que respeitar para cortejá-la, mas ainda assim eu a quero demais!!!

"A maratona não são 10, 15 ou 21 km.
A maratona é sempre 42 quilômetros e 195 metros, nem um a mais, nem um a menos.
É a corrida por detrás de todas as corridas.
A rainha das distâncias, o sonho de todo corredor que digne ser um corredor.
Não é uma questão de velocidade, sim de vontade e resistência, e também de estratégia, em que o mínimo erro pode ser o FIM.
Uma corrida contra si mesmo, contra seu corpo, sua mente e sua sombra.
É a prova definitiva do caráter e da virtude.
Vai atravessar, em poucas horas, todo o espectro das emoções humanas... ilusão, ansiedade, desespero, medo, dor, raiva, coragem e orgulho!
Não vai ver o muro, porém, mais tarde ou cedo, ele vai estar lá.
É o final perfeito para coroar meses de árduo treinamento e, ao mesmo tempo,
não saber se vai chegar.
Ninguém esquece a primeira maratona, muito menos a segunda, ou a terceira...é uma façanha que vai contar sempre, mas que é só sua, ÚNICA E SEM REPETIÇÃO, porque cada corredor é diferente !!!!"*
                                                            Maratona da Disney 2014

Pois que venha a MARATONA INTERNACIONAL DA BAHIA!!! Chegarei a ela preparada, se nenhuma pedra intransponível aparecer em meu caminho. Foi dada a largada!!!

*Trechos retirados do facebook de amigos corredores.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"CONHECE-TE A TI MESMO..." - Texto publicado na Revista AG do jornal A Gazeta (05/01/14)


          Essa deveria ser a grande aprendizagem do homem nos tempos atuais... Somos levados a dominar tantas tecnologias, a guardar inúmeras senhas, a estar por dentro dos últimos acontecimentos, a fazer check-ins e check-outs (reais e virtuais), a curtir e compartilhar nossa vida e a dos outros... Vivemos um tempo em que as pessoas olham mais para seus celulares e ipods do que para aqueles com quem se divide a mesa... E se não estão acompanhadas, estão com fones de ouvidos, imersas em seu mundinho, ritmando uma vida cada vez mais estereotipada...
          Na verdade, tudo isso nos isola de nós mesmos. Qual o tempo que nos sobra ou que dedicamos a pensar nas nossas emoções, nas nossas necessidades mais íntimas (e não me refiro a nada que seja "comerciável")? Qual o tempo que tiramos para ficar em silêncio, estabelecendo um diálogo (ou seria um monólogo?) com nós mesmos?
          Esse silêncio incomoda, põe-nos
em contato com um eu que deseja se expressar, mas que é abafado e silenciado pela vida moderna... E logo buscamos um som, uma imagem para nos entreter e nos resgatar dessa imersão...  O silêncio interno grita; e em vez de ouvi-lo, de socorrê-lo, de nos socorrermos, fugimos... Voltamos para o mundo do barulho, da tecnologia, do tempo apressado e deixamos que outros cuidem de nós... Os psicólogos, terapeutas, personal isso, personal aquilo que deem conta de nossos fantasmas, de nosso eu oculto, porém verdadeiro.

           E enquanto eles realizam seu trabalho, tentando fazer com que nós nos conheçamos, nós vamos seguindo: bebemorando com os amigos, tomando um remedinho para dormir e depois um energético para ficarmos acordados... Um antidepressivozinho para encarar o mundo sem pirar; um laxante para aliviar as gasturas intestinais e um Engov depois da noitada do fim de semana...
          E assim vamos sendo levados pela vida... Mas que 2014 seja um ano com menos depressões, suicídios, remédios, bebidas, entorpecentes em geral... Que seja um ano em que as pessoas façam mais o que gostam e menos o que simplesmente dá dinheiro...  Que seja um ano com menos fones de ouvidos e mais escuta de si mesmo (porque o que tem que ficar martelando na cabeça é a nossa voz interna e não a dos outros)...  Que seja um ano com menos ipods e mais autoconhecimento (porque a vida aparente do outro não pode ter mais importância do que as nossas emoções)...
          Que seja, enfim, um ano mais essência do que aparência; em que o ser humano olhe-se mais, cuide-se mais e leve a  vida de verdade, não se deixando ser, apenas, levado por ela...

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

FAZENDO A DIFERENÇA

Um dia, uma pessoa chegou até mim e disse que, naquele tempo em que tínhamos estado juntas, eu havia feito a diferença na vida dela... Foi uma surpresa para mim, de fato eu não esperava, porque eu não achei que tivesse feito nada especial, apenas tinha sido eu mesma... Mas aquela declaração me fez tão bem!!! Por isso, hoje, quero falar de alguém que fez a diferença na minha vida este ano...
 
A Helayne que eu conheci virtualmente ia para os pódios da minha faixa etária e se transformou numa motivação para mim... Eu não tinha a pretensão de passar por ela, porque ela corre para caramba, mas eu sonhei em pelo menos subir no mesmo pódio...
            A primeira vez que isso aconteceu, nós não subimos ao pódio, porque a premiação não foi feita no dia do evento (Circuito Capixaba etapa Moqueca – 2012)... LLL
           A segunda vez foi na Corrida da Faesa (2012), eu me senti o máximo, porque passei por ela no finalzinho da corrida, depois de ela ter passado por mim por volta do km 3, e eu ter resolvido tentar  acompanhá-la. E quando ela veio me cumprimentar, disse que eu servi de motivação, pois ela não estava bem naquele dia (parece que estava gripada)... Bom, já não podia mais me sentir tão o máximo... LLL Mas o pódio estava lá... JJJ

Depois, lembro-me das 6 Milhas Óticas Guarapari (2012), em que procurei me manter num ritmo forte para superar o meu tempo... Ela passou por mim, já mais da metade da prova, e eu tentei acompanhar... Não consegui... LLL O meu forte já estava muito forte (e ela não estava gripada)... Mas fomos juntas para o pódio... JJJ

Já este ano, fomos nós para a Corrida em Domingo Martins... Havíamos combinado de tentar correr juntas, uma “puxando a outra”... E assim foi... Passei aperto para acompanhar... Ainda bem que havia subidas e subidas para que eu pudesse alcançá-la quando ficava pra trás... E o povo achando que a gente estava disputando... Foi show... Não fomos juntas para o pódio, porque em 2013 não estivemos na mesma faixa etária. Mas cada uma foi para o seu...



 
Depois, foi a vez da Ponte Rio-Niterói... O objetivo era novamente fazermos a prova juntas, forte, uma levando a outra... E assim foi - quase a prova inteira...
 
Depois daí a história mudou um pouquinho...  
Nossos caminhos de corredoras se desritmaram...
Outras metas, outras superações, outros treinos...
Mas a parceria permaneceu...

E ainda permanece, porque ela sempre teve um minutinho de atenção e me ajudou a passar pela fase mais difícil da minha vida de corredora até hoje... Sua presença,  paciência, as palavras de apoio, os conselhos e profissionalismo foram fundamentais para meu recomeço...
             Hoje, ela acompanha as fragilidades de meu corpo e as vontades do meu coração corredor... Continuamos seguindo juntas e, por mais que nossos objetivos se diferenciem, cada uma segue na sua autossuperação. Alegro-me com os pódios dela, assim como sei que ela se alegra com minhas conquistas atuais...

A você, Helayne Montebelo, meu carinho, minha amizade e meu desejo de muita paz, amor, saúde e sucesso. Obrigada por tudo!!! Sua participação em minha vida este ano fez toda a diferença...  (LM)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

QUANDO O CORPO GRITA - Crônica publicada no blog Vamos Correr, do meu amigo Julius Carvalho (16/10/13)



Hoje quero falar de aprendizagens... Corrida e aprendizagens... Quando entramos no mundo das corridas, não temos ideia de tudo o que faz parte desse mundo: desde uma simples maneira de pisar até um aparato tecnológico. E, com o tempo, vamos aprendendo (nem que seja na marra) a ouvir e, principalmente, a respeitar o corpo...

Vejo corredores contando orgulhosos, vangloriando-se, porque terminaram uma corrida passando mal, tiveram enjoo, vomitaram, quase rastejaram para concluí-la...  Eu, em seu lugar, fico preocupada se isso acontece comigo, pois demonstra, na maioria das vezes, um despreparo, um abuso do corpo. Claro, que há dias em que estamos sujeitos a qualquer indisposição, por mais treinados que estejamos. Não me refiro a isso. Refiro-me a pessoas que pulam etapas, como se correr o dobro do que estão acostumadas a fazer não fosse gerar nenhum estresse para o organismo.

Com a popularização das corridas, nesta fase de incentivo à saúde que estamos vivenciando, muita gente que mal começou a praticar a atividade já se inscreve em provas de 10 km, 21 km e, quiçá, 42 km... É normal o desejo de superação. Normal e necessário. É ele que nos mantém vivos e sedentos de vida. Mas é preciso cautela, é preciso aprender muito com a corrida e sobre o corpo... Não somos atletas profissionais que precisam dar a vida pelo esporte. Somos amadores e amantes da corrida e, para não perdermos o prazer que ela nos proporciona, para não transformarmos uma corrida na última, é necessário, sobretudo, respeitar o corpo. Quantas pessoas recém-inseridas no mundo das corridas estão aparecendo com lesões e, em meio a tratamentos, abusam dos treinos, sem dar o tempo necessário para a recuperação? Tem se tornado uma constate isso. 

Eu entendo completamente a paixão, a gana de endorfina que a corrida nos desperta. Quem começa a correr quer mais e mais... Treinar todo dia, participar de todas as provas... E quando sobe ao pódio, então? Aí o afã de querer mais e mais fica ainda mais forte... Já vivi os ímpetos do querer mais e mais. Já senti o gostinho do pódio. Sei o prazer que a autossuperação nos proporciona. E vou continuar sendo assim, mas agora de modo mais atento, talvez mais maduro, sem os ímpetos do começo...

Depois de encarar minha primeira lesão grave, tenho pensado muito nisso tudo, em como é preciso aprender a ouvir o corpo. Ele nos dá sinais constantemente, mas na maioria das vezes não os ouvimos, ou fingimos não os ouvir e acabamos por ignorá-los... Hoje, em fase de recuperação, retomando de leve os treinos, presto atenção aos detalhes mínimos que sinto. A vida fez da minha lesão um aprendizado forçado.

Infelizmente, aprendemos muito com os erros que cometemos... Os conselhos que nos são dados por pessoas mais experientes muitas vezes são ignorados, não pensamos que algo pode acontecer com a gente. Afinal, está tudo correndo tão bem, não é mesmo? Mas o que está acontecendo lá por dentro só se torna visível depois, quando aqueles sinais ignorados resolvem gritar. Aí, não há mais maneira de fingir que não os estamos ouvindo...